Estava arrumando algumas fotografias e me deparei com esta foto, foi na última ida ao Chile. Infelizmente, desta vez não vai ser fácil pegar uma onça no braço.
Archive for agosto \13\+00:00 2009
Último felino
agosto 13, 2009Arrumando as mochilas.
agosto 13, 2009Para levar lanche, alguns acessórios e lentes para curto alcance nas trilhas pelo interior do Pantanal, estou levando uma “mochila de cintura” da Columbia. Imagine uma pochete, só que esta carrega até 5 kilos entre equipamento e tranqueiras. Possui formato anatômico e espaço para cantil flexível. Foi uma aquisição muito interessante que fizemos no Peru e foi justamente para utilizar em ocasiões iguais a esta. Cheguei a pensar em levar uma mochila de assalto, mas logo me lembrei que estarei com uma mochila ” de ser assaltado” com todo o equipamento, sendo asim terei que bolar uma forma de dividir comida, equipamentos, GPS e filmes fotográficos entre a super pochete e a mochila dos equipamentos. Se você não tem uma idéia de como é uma mochila de fotógrafo de aventura, aqui você terá uma ótima idéia.
Tem bolsos laterais em tela, fitas de ajustes, costas ventiladas, barrigueira e peitoral estabilizadores para aguentar os 4 kilos do tripé Manfrotto.
Seguindo uma das ótimas dicas do meu amigo alpinista Morey, estou levando umas camisetas feitas em poliéster que secam rapidamente após lavar. Não deixa cheiro, é leve, compacta e não amarrota. Ótima para levar para ser usada nas caminhadas. Para aguentar os inesperados ventos, estou levando um “corta vento” da Timberland, que é muito leve compacto e indispensável para ter sempre no fundo da mochila, no caso de possíveis chuvas este corta vento também servirá, pois é impermeável (vamos ver até onde vai segurar a água)
Bom, inicialmente é isso, o restante ainda está sendo preparado.
Os perigos do Pantanal
agosto 12, 2009O ataque de uma onça-pintada contra pescadores no Pantanal ligou o sinal de alerta: o contato entre bicho e gente na região parece ser excessivo.
Onças-pintadas: a aproximação entre pessoas e bichos no Pantanal pode aumentar a chance de ataque em situação de confronto.
A morte chocou o país. Atacado em 24 de junho do ano passado, o jovem Luiz Alex da Silva Lara, de 21 anos, sofreu lacerações profundas, conforme atestam as 113 páginas do resultado da necropsia – um laudo comum costuma ser dez vezes menor. Em uma das coxas, havia 45 lesões. Na cabeça, as orelhas e quase todo o couro cabeludo foram arrancados. Já morto, ele foi arrastado por 65 metros do local no qual fora surpreendido durante o sono. Seu algoz: uma onça-pintada.
“Esse comportamento é fora dos padrões da espécie”, adianta o veterinário Ronaldo Gonçalves Morato, chefe do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Predadores Naturais (Cenap). Embora encontros fatais entre seres humanos e grandes felinos sejam comuns em países asiáticos e africanos, como Rússia, Nepal, Quênia e Tanzânia, óbitos ocasionados por onças são raros por aqui. “Foi preciso contatar colegas nesses países em busca de informações, pois não tínhamos referências”, diz Rogério Cunha de Paula, biólogo do Cenap. O terceiro maior felino do mundo – atrás apenas do tigre e do leão – costuma avançar com seus mais de 100 quilos de peso sobre pessoas apenas em situações de caça, nas quais o animal, ferido, se volta contra o caçador.
Luiz Alex, porém, não estava caçando. Ele e seu pai, Alonso da Silva Lara, de 54 anos, eram pescadores. Estavam acampados havia dias na beira do rio Paraguai, perto da Estação Ecológica de Taiamã, no Pantanal Mato-Grossense, em busca de iscas para serem vendidas a turistas. Alonso deixara o filho dormindo em sua barraca, por volta das 19 horas. Meia hora depois, ao retornar, chamou por Luiz Alex, mas não obteve resposta. Ao direcionar a lanterna, só o que pôde ver foi o filho inerte sendo arrastado mata adentro.
A maior razão do ataque, ao que tudo indica, é o aumento no nível de aproximação entre pessoas e onças no Pantanal. “Elas podem estar perdendo o medo instintivo que têm do homem. Isso diminui a distância de fuga, o que aumenta a chance de ataque em situação de confronto”, diz o biólogo Peter Crawshaw, doutor pela Universidade da Flórida e maior estudioso brasileiro da espécie. E esse tipo de convivência é delicado quando se trata de um bicho que tem, em seu cardápio, jacarés e sucuris. “As onças podem matar um cavalo com uma única mordida”, completa Morato.
Tanta força e beleza atraem visitantes, o que, por sua vez, estaria levando alguns empreendimentos turísticos a praticarem a ceva, como é chamado o ato ilegal de alimentar onças com carcaças de animais mortos pelo homem. “Há pousadas em Poconé nas quais elas estão viciadas nesse tipo de refeição fácil”, diz Morato.
Desde a década de 1970, com a proibição da caça no Brasil, a espécie parece ter se recuperado no Pantanal. Hoje, tudo leva a crer num aumento no número de indivíduos na planície alagada – no mínimo 4 mil animais -, situação bem melhor que a encontrada na Mata Atlântica, em pontos da Amazônia e na Caatinga, onde sua condição é crítica. Por isso, o governo federal estuda a implantação de um corredor ecológico para as onças da Caatinga entre os estados da Bahia, de Pernambuco e do Piauí, com cerca de 3 milhões de hectares. Outro corredor deve ser criado no alto rio Paraná. “A ligação entre unidades de conservação é essencial para garantir a variabilidade genética das onças”, explica Crawshaw.
No caso do Pantanal, a estabilidade da espécie nada tem a ver com sua facilidade de predador de bovinos. “Além do fim da caça, há uma nova consciência de preservação, em paralelo ao fortalecimento do turismo”, diz Morato. “A onça-pintada é o animal que todos querem ver”, completa ele. Resta saber a que distância.
Por Thiago Medaglia
Foto de Valdemir Cunha
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/edicao-108/onca-pintada-ataca-no-pantanal-450318.shtml